A visão dos bombeiros em relação às mulheres na carreira Bombeiro Militar
O quartel geralmente é
caracterizado como um território exclusivo dos homens principalmente por
envolver atividades consideradas de risco e de rigor disciplinar. Porém, nos
últimos anos, tornou-se também um novo campo de atuação para as mulheres. No
caso do DF desde 1993 as mulheres passaram a integrar essa corporação.
Todavia, a sua entrada, por processo seletivo, está restrita a 10% do cômputo
total das vagas.
Para identificar se há preconceito
por parte da sociedade e das próprias mulheres relacionado ao
profissional bombeiro militar feminino foi feito uma entrevista semi-estruturada,
na qual os questionários contém perguntas objetivas e abertas para que seja
possível interpretar as respostas dos entrevistados.
A entrevista foi realizada com
ambos os sexos, para a comparação de resultados, na unidade na unidade de Taguatinga
Centro, 2º GBM - Corpo de Bombeiro Militar Do Distrito Federal- CBMDF
RESULTADO
- Quanto a faixa etária 75% das entrevistadas tinham entre 30 e 34 anos, apenas 25% tinham entre 26 e 30 anos. Do sexo Masculino 75% possuem mais de 40 anos e 25% entre 26 e 30 anos.
- Quanto ao grau de escolaridade 75% das entrevistadas declararam ter nível superior entre incompleto, completo e pós-graduação, 25% declararam ter ensino médio completo. Os homens com formação de ensino superior correspondem a 75% e 25% com Ensino Médio completo como grau de escolaridade.
- Metade das entrevistadas estão no corpo de bombeiros há mais de doze anos, a outra metade trabalha nesta profissão há dezessete anos. Entre os entrevistados do sexo masculino o tempo de atuação na profissão é de no mínimo 12 anos e no máximo 28 anos.
- 50% das entrevistadas declararam que ingressaram na profissão por interesse no concurso público, as outras admiravam a profissão e decidiram ingressar.
- A principal dificuldade encontrada pelas mulheres foi na prática de atividade física, quanto ao condicionamento, a outra dificuldade citada foi o comportamento e a disciplina em relação ao sexo oposto. Quanto aos homens, 50% declaram ter tido dificuldades para adaptações na carreira militar e falta de instruções adequadas para melhor aproveitamento.
- Cerca de 50% dos Bombeiros do sexo feminino afirmam que não se incomodam com a relação profissional com o sexo oposto, pois se sentem respeitadas pelos companheiros de trabalho. A outra metade ainda se sente constrangida em alguns momentos. Já os Bombeiros do sexo masculino disseram que em relação aos colegas de trabalho do sexo oposto há respeito mútuo e que é uma relação de trabalho tranquila, e que a profissão de bombeiro não é uma profissão exclusivamente masculina.
- Todas as entrevistadas afirmaram que há preconceito em relação ao sexo em função do trabalho e já sofreram algum tipo de discriminação pela sociedade e/ou pelos colegas de trabalho. Entretanto elas não concordam que profissão de bombeiro ser uma profissão do sexo masculino, pois existem várias situações em que as funções podem ser realizadas por ambos os sexos. 25% do sexo masculino disseram que já presenciaram situações de preconceito quanto o sexo oposto.
CONCLUSÃO
- Através dos questionários não é possivel concluir que as mulheres, em todas as unidades sofrem ou sofreram algum tipo de preconceito.
- Entretanto na unidade de Taguatinga Centro, 2º GBM – CBMDF, todas as mulheres entrevistadas afirmaram ter sofrido algum tipo de preconceito no início ou durante a carreira;
- Enquanto apenas 25% dos entrevistados do sexo masculino disseram que já presenciaram situações de preconceito com o sexo oposto.
- A afirmação de terem presenciado confirma que há sim, preconceito em relação às mulheres na Corporação Bombeiro Militar, da Unidade. Percebeu-se uma certa resistência por parte de alguns bombeiros em declarar/admitir que há o preconceito, visto que o tema é polêmico e pode, talvez, causar complicações.
- Em conversa informal, notou-se que, hoje em dia a grande maioria já se adaptou bem com a presença das bombeiras, pois elas atuam com competência e profissionalismo, necessários para o bom desempenho da carreira.